No meu coaching desportivo, no desporto de competição em geral, e na alta performance, um dos temas mais comuns e mais falados é o tema da pressão. Normalmente, é suposto combatermos a pressão e “eliminá-la”. Contudo, ao assumirmos esta postura e esta narrativa, criamos uma conotação negativa da pressão. E isto leva-me a perguntar se “a pressão é má”?
Eu considero que a pressão não é necessariamente má. A pressão pode ser má quando está a um nível demasiadamente alto, prejudicial à nossa saúde mental e física e, claro, à performance desportiva. No meu coaching desportivo e apoio psicológico que dou aos meus atletas, costumo dar este exemplo: um carro com os pneus com pouco ar (i.e., com a pressão baixa) vai ter muita dificuldade em andar. Por outro lado, se a pressão estiver muito alta, não será bom para o carro, e corre-se o risco de estragar o pneu. Neste sentido, não é a ausência de pressão ou a pressão demasiadamente elevada, mas o equilíbrio entre estes dois polos!
Quanto mais os atletas e treinadores conseguirem compreender que deve haver um equilíbrio e que isso importa na forma e eficiência com que se gere a pressão desportiva, melhor será para todos. A performance desportiva do atleta ou da equipa só têm a beneficiar!