Tenho um passado desportivo muito forte: nadei a nível internacional, fui competidor de Jiu-Jitsu Brasileiro, fiz Capoeira, faço surf, corro maratonas e vou ao ginásio! Apesar do desporto (nomeadamente a natação) me ter trazido uma enorme bagagem e experiência, a pior coisa para mim foi ter que passar pelos momentos difíceis e baixa de performance sem ter alguém capacitado para me compreender e ajudar. Costumava estar numa pilha de nervos antes de saltar dos blocos; estava debaixo de uma enorme pressão do meu pai e treinador; era muito inseguro e não tinha confiança; e por mais que quisesse, não acreditava realmente que conseguia lá chegar.
Acabei por entrar em sobretreino quando tinha 16 anos – um estado que se foi agravando até abandonar a natação. Apesar do cansaço extremo continuava a treinar e não “ouvia” o meu corpo, piorando o ciclo vicioso em que estava. Tornei-me numa flor de estufa, pois não podia apanhar nenhuma corrente de ar frio sem ficar doente. Ainda assim, a única coisa de que parecia ter certeza era que tinha que continuar a treinar e não podia parar; por volta dos 21 anos abandonei a natação. Sendo fascinado pela performance desportiva, eu queria perceber o que me tinha acontecido durante anos de tanto treino e sacrifício. Além disso, também queria perceber o que limita a performance, tanto do ponto de vista físico, como mental. Então, decidi iniciar um doutoramento para estudar a performance desportiva. E apesar do doutoramento ter respondido a muitas das minhas questões, terminei o doutoramento sem uma metodologia concreta que me possibilitasse trabalhar com atletas (pais e treinadores) para potenciar a sua performance e contribuir para melhores resultados no desporto e na vida em geral.
Em 2012 iniciei uma formação de 2 anos para me tornar Mestre de Coaching Integral e formei-me em Junho de 2014. A partir daqui, apenas tinha que juntar a metodologia de coaching a toda a minha experiência passada como atleta e ao meu conhecimento científico. Por compreender que a performanance desportivo é um fenómeno dependente de inúmeros fatores, preocupo-me em trazer à consciência do atleta e do desporto em geral, a necessidade de incluir os aspetos subjetivos e intersubjetivos da vida na preparação do atleta e das equipas.
Desta maneira, não só passamos a assistir a um aumento da performance desportiva, como também testemunhamos uma melhoria na experiência de cada atleta, treinador ou pai e, consequentemente, de todo o desporto em si. Esta é a minha missão.